Às 11h33 de dia 28 de abril de 2025, um apagão afetou a totalidade da rede elétrica da Península Ibérica durante mais de 7 horas, com a perturbação a ser ainda sentida em grande parte da rede Europeia.
Neste cenário, o Setor da Química, Petroquímica e Refinação, fortemente eletrointensivo, demonstrou, uma vez mais, a sua forte resiliência e capacidade de adaptação a situações imprevistas, assegurando a continuidade de produção e de fornecimento de bens essenciais ao funcionamento das principais cadeias de valor que suportam a economia nacional.
Ao longo do apagão, o Setor demonstrou uma notável capacidade técnica e organizacional para mitigar os riscos decorrentes de uma paragem abrupta e intempestiva, ativando protocolos de segurança previamente definidos para este tipo de situações, garantindo a segurança de processos e a continuidade operacional, evitando acidentes e protegendo pessoas, o ambiente e os ativos industriais.
Sendo a Indústria Química caracterizada por processos críticos frequentemente dependentes do fornecimento de energia elétrica, não há relato de qualquer incidente relevante ou impacto negativo a reportar, evidenciando o grau de preparação dos seus sistemas de emergência, eficazes mesmo numa situação de interrupção de energia com a duração observada no passado dia 28, muito para além de qualquer previsão, o que demonstra um vez mais a postura responsável das empresas do Setor, para as quais a Segurança é uma prioridade absoluta.
No quadro da boa performance do Setor, destaca-se em particular o subsetor dos Gases Medicinais, dada a sua extrema criticidade para a operação do sistema de saúde nacional, nomeadamente no respeitante ao fornecimento de oxigénio medicinal (oxigénio 99,5%) aos hospitais e outras entidades de saúde, como ficou já anteriormente demonstrado durante a pandemia COVID19. Mais uma vez, a capacidade de resposta das empresas produtoras e fornecedoras deste tipo de gases foi impar, não tendo existido qualquer incidente relevante ou constrangimento nas suas operações, garantindo a total normalidade dos processos de abastecimento às várias entidades de saúde existentes em todo o território nacional. Para tal contribuiram igualmente o compromisso e esforço das suas equipas, bem como a cadeia logística de suporte e os sistemas de reserva e backups de segurança instalados, que permitiram continuar a fornecer ininterruptamente, por um período significativo mesmo sem disponibilidade de energia elétrica, os gases medicinais requeridos a cada momento pelas várias entidades de saúde do sistema.
Perspetivando o futuro, o Setor considera essencial a cabal investigação das causas do apagão e a consequente aplicação de medidas corretivas que previnam a recorrência deste tipo de situações, sendo essencial o reforço do investimento na modernização e robustez das redes, que, no entanto, não deverá ser financiado com recurso a novos encargos para a indústria, que já enfrenta um contexto particularmente difícil, com custos energéticos elevados e perda de competitividade à escala europeia e global.
Adicionalmente, como aliás já acontece em outros países europeus, importa reconhecer, formalmente e de forma inequívoca, o Setor da Química, Petroquímica e Refinação, e todos os seus sub-setores, enquanto parte integrante do grupo de infraestruturas e setores essenciais, dado o seu papel fundamental para suportar uma multiplicidade de cadeias de abastecimento críticas, como ficou já bem patente em crises anteriores, caso p.ex. da pandemia COVID19. Importa ainda reconhecer o papel relevante que as empresas do Setor (fortemente eletrointensivas) poderão também desempenhar, mediante justa retribuição, enquanto prestadoras de serviços de rede, garantindo uma componente de flexibilidade em períodos curtos de forte necessidade de eletricidade suplementar, essencial à estabilidade da rede eletrica nacional.
A APQuímica e os seus associados assumem o compromisso de trabalhar, em articulação com as autoridades nacionais relevantes, para continuar a assegurar a continuidade das suas operações, enquanto Setor essencial para a economia nacional, bem como para contribuir para reforçar a resiliência da rede elétrica nacional, com o objetivo de garantir que situações como a verificada no dia 28 de abril de 2025 desejavelmente não se repitam.